sábado, 27 de janeiro de 2018

domingo, 15 de outubro de 2017

MOBILES E APLICATIVOS NO CONTEXTO EDUCACIONAL: PESQUISA, PROJEÇÃO, APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO

Prezados participantes,


Esta sequência apoiará a oficina que será realizada no V Seminário Web Currículo: Educação e Cultura Digital realizado pela PUC - SP, no dia 16/10/2017,  segundo as orientações dos organizadores. 

O estudo é oriundo da pesquisa "Formação de Coordenadores Pedagógicos e o uso de tecnologias educacionais: percepções e significados" realizada para o programa de Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie e sob orientação da Professora Doutora Claudia Coelho Hardagh. Neste sentido, é necessário ampliar o contexto dos estudos atuais do grupo de pesquisa Convergência, coordenado pela professora, que estuda formas de desenvolvimento didático para acesso e apropriação das tecnologias como recurso possível.


O histórico de aplicação da técnica, iniciada em 2013 em escolas do sistema particular de ensino, se ampliou por meio do estudo da pesquisa "iPad Scotland Evaluation". Nas escolas escocesas a utilização dos mobiles, por dois anos relatados na pesquisa, se deu em três modelos de aplicação: utilização em tempo integral, utilização no período de aula e utilização em momentos planejados. Neste sentido, houve pontos de bom aproveitamento nos três modelos.


Posto isso, idealizamos a ficha de avaliação de aplicativos educacionais (disposta no Anexo I), uma vez que são a base de softwares para a utilização dos mobiles e adaptamos a utilização em modelos com maior flexibilidade, como a utilização dos aparelhos dos próprios usuários, neste caso os coordenadores pedagógicos participantes da pesquisa. 


A técnica de projeção, já conhecida, utiliza aparelhos que denominamos doravante como "conversores" e projetores comuns, além de uma série de adaptadores e aparelhos de som (todos relatados no Anexo II). Neste sentido, preparamos um vídeo explicativo com o passo a passo da técnica para auxiliar nos momentos posteriores ao nosso encontro. 


Por fim, analisaremos os resultados do exercício de avaliação e projeção dos aplicativos educacionais realizado pelos coordenadores pedagógicos do município de Peruíbe, que formam um dos recortes de análise da pesquisa originaria deste estudo. 


Este exercício pretendeu socializar a utilização de mobiles como recurso didático possível em diversas realidades, com redução de custos e experimentações no escopo de formação de professores, e neste caso em programa de formação em serviço dos coordenadores que exercem, entre outras funções, o papel de formadores nos momentos de estudos coletivos nas escolas em que atuam.



Avaliação dos aplicativos educacionais pelos coordenadores pedagógicos participantes da pesquisa.


Após o momento de apropriação da técnica de projeção, que nós também vivenciaremos na oficina, os participantes tiveram acesso ao documento da ficha de avaliação (conforme disposta no anexo II) em modelos de texto impresso e via formulário online. Também inciamos o estudo da pesquisa de BURDEN (2012) tratando da utilização dos mobiles nas escolas escocesas. 


O programa de curso abordava outros recursos didáticos digitais, tais como a utilização do WhatsApp como ferramenta para portfólio, a construção de mapas conceituais online, gamificação por meio de aula-passeio e outros aportes que o grupo indicou como ponto de interesse. Posto isso, cabe ressaltar que estudamos outras pesquisas que nos auxiliaram na construção do artefato somativo que apresentaremos, sobretudo SIEMENS (2010) com suas colocações sobre a mutação e o tempo dos necessários experimentos em relação ao tecnológico.


Neste sentido, necessitamos de construir os fundamentos didáticos em forma de procedimentos para a utilização dos aplicativos, como a utilização da ficha com posterior discussão da equipe pedagógica para validação das sequências didáticas, ou seja, criamos um rol de aplicativos avaliados e caberá a cada equipe nas unidades escolares a decisão sobre seu encaminhamento: adequação, tempo, sequência, avaliação e retomada. 


Diante desta necessidade, criamos ainda, uma forma de tabulação do resultado do avaliado nas fichas, para discutirmos os encaminhamento didáticos pertinentes ao contexto dos aplicativos educacionais, e neste sentido refletimos: 


- Quais os tipos de dinâmicas os aplicativos oferecem, no sentido de permitir construções e publicações e não apenas acesso à conteúdo, sem detrimento da importância do conteúdo de qualidade?




Notamos que do rol de aplicativos avaliados (14), apenas 28% permitiam alterações na dinâmica de funcionamento e procuramos estabelecer a função do aplicativo, com classificações:

Aplicativos de conteúdo - oferecem conteúdos pré-estabelecidos pelo desenvolvedor e possuem função de transmissão, mas permitem variações de dinâmicas de acordo com o contexto planejado e oferecido aos usuários;

Aplicativos de construção - permitem a construção de textos, imagens, vídeos e áudios de maneira isolada ou multimodal;

Aplicativos de publicação - permitem a publicação de conteúdos elaborados pelo usuário e também permite o acesso múltiplo.

Seguimos a análise do rol e estabelecemos a métrica da interdisciplinaridade pelo viés do atendimento de um mesmo aplicativo ao currículo ainda dividido por área do conhecimento.



Notamos que os aplicativos podem oferecer caminhos interdisciplinares por conta de suas estruturas, ou seja oferecem estruturas parecidas com os recursos didáticos já disponíveis e assim podem ser encaminhados de acordo com intenções prévias. 





Os aplicativos avaliados nesta amostra em sua maioria intencionam conteúdos. são aplicativos de conteúdos, mas destacamos o "Evernote" pois permite construção e publicação ao mesmo tempo, neste caso classificado como aplicativo de construção e publicação. 

No entanto, não podemos deixar de destacar que quando somados às dinâmicas, os aplicativos recebem intenções que podem inseri-los em momentos para além da consulta de conteúdos. 


Quando lemos os comentários, livres, sobre os testes de usabilidade encontramos utilização em momentos das sequências didáticas com as crianças nas escolas e a intenção de construção e publicação. Também é importante destacar que a usabilidade foi testada, ou seja, o comportamento do software durante a aplicação. 



Em relação aos valores cobrados doze dos quatorze aplicativos são gratuitos e dois possuem fases gratuitas e outras custeadas, neste sentido notamos a gama de possibilidades de acesso via mobile




O espaço que o aplicativo ocupará do aparelho deve ser medido por conta dos constantes travamentos por conta da falta de espaço para utilização, e também verificamos a ocupação após algum tempo de uso, pois alguns aplicativos acumulam informações de uso, etapas e até transferem novos conteúdos em atualizações e fases. 

Neste sentido, chegamos ao tratamento de coletividade, ou seja, se o aparelho pertencer à escola deverá ocorrer planejamento, no sentido de escolha dos aplicativos de um período e de rodízio de utilização entre os professores. Também, se houver possibilidade indicamos a compra de aparelhos com ou mais de 32 GB de capacidade de dados. 




Outro ponto importante é tratar das propagandas que aparecem durante a utilização do aplicativo, pois alguns e mesmo com conteúdos para crianças oferecem grande estímulo aos jogos de azar, consumo e lojas para compras online e em alguns casos conteúdos eróticos. 

Vale destacar que a decisão deve ser da equipe pedagógica e dos pais ou responsáveis, mas ambos devem estudar e verificar o que consideram adequado. Orientamos sobre a necessidade de coletar cartas de concordância dos responsáveis para as abordagens no ambiente escolar. 

Há abertura, neste sentido, para oferta de momentos de conscientização e oficinas para responsáveis sobre as adequações e tempos da utilização dos mobiles que podem e devem ser acompanhados com participação da família, inclusive nos momentos de ampliação dos estudos em casa. 


Os critérios de escolha do aplicativo perpassaram também pelos momentos de reflexão acerca do motivo didático, ou seja, para que ele serve inicialmente de acordo com sua visão. Neste sentido, além de ampliar o momento de reflexão nas próximas etapas, também ofertamos a intenção de avaliação coletiva depois da individual.

Certos de que a equipe pedagógica de cada unidade escolar já se reúne para avaliar outros recursos, tal como os livros escolares, este momento deve ser ampliado para a avaliação coletiva dos recursos didáticos digitais. 


As etapas da avaliação técnica (didática) devem permitir reflexões cíclicas e ao mesmo tempo o aprofundamento do recorte, ou seja, em qual momento de qual sequência didática.  


 A intenção de ampliação e aprofundamento, neste caso, nos cedeu outra métrica relacionada às possibilidades de utilização, e neste sentido as funções de construção, como criação, produção de texto, edição e filmagem indicam que poderá ocorrer produção da turma se houver intenção planejada e com tempo possível. 


Os testes de usabilidade precisam prever os recursos de internet do ambiente, e neste sentido classificar o que pode ser utilizado sem o recurso, mas com a intenção de que possa haver em médio prazo sua oferta. 



Há uma gama de aplicativos em Português, mas isso não impede a utilização em outros idiomas, muito pelo contrário, o uso deve ser estimulado.



O trabalho em grupos foi classificado como possível em 21,4% dos casos e neste sentido, há possibilidade de utilização do aparelho do próprio professor ou de alguns oferecidos pela escola. 



Salvar a produção sempre deve ser ponto avaliado do aplicativo para que se possa estabelecer o sentido de construção em tempos diversos e de maneira cíclica. 



As observações de travamento, mesmo que com a previsão de problemas em relação ao uso de recursos digitais, devem ser medidas. No entanto, vale destacar que muitos travamentos ocorrem por conta do aparelho e não do aplicativo. 


Por fim, avaliamos o tempo de resposta durante a utilização e apenas 7,1% dos aplicativos avaliados se mostraram lentos, segundo os avaliadores. 

Em relação ao encaminhamento mais específico de sequência didática preparamos pequenos resumos nos hiper-linques dispostos no "Anexo III", e neste sentido lembramos que a construção deve ocorrer para cada equipe pedagógica, evitando consenso de utilização de métricas referentes à outra realidade educacional. O ideal é que cada equipe construa o processo em tempos possíveis para vivencias adequadas e intenções construídas de maneira reflexiva. 

Notamos, durante a aplicação da técnica e construção dos significados, no curso de coordenadores pedagógicos que  houve adesão de metade dos envolvidos e que os discursos relativos à utilização de tecnologias digitais, tais como: eu não me adapto, nossa escola não possui o recurso, eu não gosto e outras colocações. No entanto, não foram impedimento para execução do projeto e devem servir para tentativas de acolhimento por parte de todos, ou seja, em todos os momentos foi possível participar, perguntar, retomar e mudar de ideia. 

O contexto de recursos didáticos digitais foi construído por meio de vários estudos teóricos, citados nas referências, e posto como reflexão continua com intenções construídas pelo coletivo. 

Contudo, notamos que houve produção significativa no sentido de estudo dos coordenadores pedagógicos sobre a utilização de recursos didáticos digitais, realizado em tempo possível e sem a intenção inicial de aplicação imediata em sala de aula. Também, entendemos que estes atores, responsáveis por etapas formação continuada e formação em serviço necessitam de experiências e oferta de novos recursos e que a pesquisa qualitativa pode oferecer significados para além da simples coleta de dados. 

Referências 

ASSMANN, Hugo. Chaves para um Pensamento Transdisciplinar: Auto-Organização — Autopoiése — Complexidade. Estudos Teológicos. v.36, n.3, p.195-205. Piracicaba: UNIMEP, 2006.

BURDEN, Kevin. Et al. iPad Scotland Evaluation. Faculty of Education, The University of Hull. Hull, 2012.

CUPANI, Alberto. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques.  v. 2, n. 4, p. 493-518.Scientiæ Zudia, São Paulo, 2004.

DOMINGUES, Isaneide. O coordenador pedagógico e a formação continuada do docente na escola. 1ª Edição. Editora Cortez. São Paulo, 2014.

GÓMEZ, Ángel I. Pérez. Educação na era digital: a escola educativa. Tradução Marisa Guede. Porto Alegre: Editora Penso, 2015.

LEVY, Pierre. A inteligência colectiva: para uma antropologia do ciberespaço. Tradução Fátima L. Gaspar e Carlos Gaspar. Lisboa: Instituo Piaget, 1994.

ROJO, Roxane. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e linguagens na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo (Organizadores).Multiletramentos na escola. São Paulo. Parábola Editorial, 2012.

SIEMENS, George. Conociendo el conocimiento. Traducción Emílio Quintana; et al. León: Grupo Nodos Ele, 2010. 



Anexo I - Fichas de Avaliação de Aplicativos Educacionais


A primeira ficha se refere a construção com a equipe pedagógica do Colégio Novo Tempo em Santos - SP e foi criada em versão em "TXT" pelo autor.








A segunda opção de ficha está publicada no "survio", um software de edição e realização de pesquisas online e está aberta para contribuições. Ficaremos gratos se puderem participar avaliando um aplicativo:


O material poderá ser utilizado livremente desde que citada a fonte:

MARTINS, Leandro Wendel. Avaliação de aplicativos educacionais. São Paulo, 2016.

Anexo II - Equipamentos


Vídeo Tutorial

Os equipamentos utilizados na oficina estão listados abaixo, com breve descrição do uso e apanhado de preços médios consultados em 08/10/2017.


- Hardwares:


a) Mobiles



Utilizamos um aparelho "iPhone 6s" na oficina, projetado pelo conversor "Apple TV" e já testamos modelos de outras marcas que podem ser projetados com outros conversores, tais como: Sansung AllShare e Google Chromecast.

Os valores referente ao aparelho variam por conta da capacidade de memória do aparelho, o que utilizamos na oficina custa em torno de R$ 4.000,00 por conta dos 64 gigas de memória. 



O tablete utilizado foi um Sansung 11 pelegadas com 32 gigas de memória e seu custo médio é de   R$ 2.000,00. 




O laptop utilizado foi um Sansung com 500 gigas de HD e 4 gigas  de memória RAM, com preço médio de R$ 2.500,00.

No entanto vale destacar que os equipamentos de Hardwares podem ser de propriedade prévia dos usuários, sem a necessidade de compras específicas.

b)  Conversores


O Sansung AllShare custa em média R$ 500,00. 



O Google Chromecast custa em média R$ 250,00.


O Apple TV custa em média R$ 700,00 

c) Projetor


O projetor Tomate em tamanho mini e com 200 dpi de resolução custa em média R$ 260,00.

d) Áudio


O Subwoofer da Portable Speaker modelo MLL - 219 custa em média R$ 200,00.

e) Adaptadores e cabos

Adaptador de HDMI para VGA (entradas do projetor) custam em média R$ 50,00.



Cabo HDMI custa em média R$ 150,00. 


 Régua com entrada de tomadas e USB custa em média R$ 100,00.
Adaptador de tomada custa em média R$ 10,00. 

Todos os equipamentos apresentados podem ser substituídos por similares, inclusive os conversores que já possuem opções variadas no mercado. 
Indicamos a utilização de equipamentos com capacidade de memória acima de 16 gigas no caso dos mobiles, por conta da possibilidade de utilização de múltiplos aplicativos e dos recursos de comunicação para fins didáticos. 

Anexo III - Rol de aplicativos avaliados no curso de Coordenadores Pedagógicos 

As lojas avaliadas são a Google  Play, Apple Store e Windows (para laptops).

a) Som de animais - Indicado para utilização em abordagens com música e movimento na Educação Infantil de 0 a 5 anos, gratuito e disponível nas lojas, indicado como conteúdo específico para musicalidade, em versões em Português e Inglês.

b) Dicionário Língua Portuguesa - Gratuito, disponibilizado pela Porto Editora, com 3,6 MB, disponível nas lojas (iOS, Android e Windows) e indicado para consultas coletivas com os alunos dos Anos Inciais do Ensino Fundamental, com utilização online.
Disponível em: https://www.portoeditora.pt/lingua-portuguesa/mobile-apps. Acesso em: 14/10/2017.

c) ProDeaf Tradutor - Indicado para a comunicação em Libras (Português e Inglês), com cerca de 5 MB, disponível nas lojas. Disponível em: http://www.prodeaf.net/ Acesso em: 14/10/2017.


d) Duolingo (avaliado duas vezes) - Aplicativo para o estudo livre de Inglês, com 10,80 MB, disponível nas lojas e em versão gratuita e também oferece: Alemão, Italiano, Espanhol e Francês. Disponível em:  https://pt.duolingo.com/ . Acesso em 14/10/2017.

e) Waze (avaliado duas vezes) - Destinado ao estudo da planta baixa com as crianças, para cálculo de distâncias e conhecimento das ruas da cidade, este aplicativo muito utilizado por ser um GPS gratuito possui versões em todas as lojas e esta avaliação indica o trabalho contextualizado desde o Ensino Fundamental. Disponível em: https://www.waze.com/pt-BR/ Acesso em: 14/10/2017.

f) Histórias Infantis - Narração de clássicos, com 20 MB, em versão inicial gratuita e mais opções pagas, sugerido para a Educação Infantil em contextos de reconto, produção coletiva e ou peça teatral com plataforma para estudo do texto via reprodução oralizada. Disponível em: https://itunes.apple.com/br/app/historias-infantis-livros-para-crian%C3%A7as/id1095282113?l=en&mt=8 Acesso em: 14/10/2017.

g) Evernote - Em htpc, utilizaria os registros realizados pelos professores durante as aulas para socialização com o grupo sobre o desenvolvimento dos alunos.Seria mais uma ferramenta de trabalho para registrar as situações signicativas proc ensino aprendizagem. Indicado para o estudo coletivo dos professores e gestores. Disponível em: https://evernote.com/ Acesso em: 15/10/2017.

h) Sopa de Letras - É um ótimo recurso que contribui com o desenvolvimento de alunos que necessitam aprimorar a leitura, a atenção, a memória, a concentração e a ampliação do vocabulário. Indicou o uso em sala de recursos, com 5,5 MB e funcionamento online e offline.

 Disponível em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.melimots.WordSearch Acesso em: 15/10/2017.

i) Alfabeto Melado - Nos momentos de brincadeiras nos cantos temáticos ou na roda da conversa os alunos conhecem o aplicativo e são chamados de acordo com a inicial do nome para "passar o dedo" nas letras. O aplicativo pode ser utilizado em diversos momentos das sequências temáticas que abordem o nome próprio ou que abordem algum gênero textual em que se destaque uma palavra geradora e haja a intencionalidade de fazer relação letra/som. Com 55 MB, algumas propagandas e gratuito. Disponível em: https://play.google.com/store/apps/details?id=air.com.martin.alfabet&hl=pt Acesso em: 14/10/2017.


Dois dos aplicativos não foram encontrados nas lojas, totalizando doze aplicativos avaliados pelos grupos durante o curso. 




domingo, 8 de outubro de 2017

COMUNICAÇÃO MEDIADA COMO ESPAÇO DE PUBLICAÇÃO: UTILIZAÇÃO DO WHATSAPP COMO SUPORTE DE PORTFÓLIO

Caros Pesquisadores e Coordenadores Pedagógicos,


Esta sequência apoiará o relato de prática que será apresentado no V Seminário Web Currículo: Educação e Cultura Digital realizado pela PUC - SP, no dia 17/10/2017 entre 13:30 horas e 15:00 horas na sala 201, segundo as orientações dos organizadores. 

O estudo é oriundo da pesquisa "Formação de Coordenadores Pedagógicos e o uso de tecnologias educacionais: percepções e significados" realizada para o programa de Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie e sob orientação da Professora Doutora Claudia Coelho Hardagh. Neste sentido, é necessário ampliar o contexto dos estudos atuais do grupo de pesquisa Convergência, coordenado pela professora, que estuda formas de desenvolvimento didático para acesso e apropriação das tecnologias como recurso possível.

Nesta sequência publicamos os trechos de conversas no grupo "Estudos" criado e mantido para o curso para Coordenadores Pedagógicos (totalizando vinte e seis participantes) que ocorreu na Rede Municipal de Ensino de Peruíbe de setembro a dezembro de 2016. Posto o loco da pesquisa, ampliamos para o sentido desta observação: como ocorreu a utilização do aplicativo WhatsApp no sentido de portfólio digital, no recorte apresentado?

Nosso propósito, de responder à proposição, em relação ao processo de comunicação ocorrido neste recorte da pesquisa, começa pelo esclarecimento de comunicação mediada e indireta, que segundo BESSA (2006) ocorre quando autor e leitor não ocupam o mesmo espaço e o mesmo tempo, mesmo havendo alternâncias e possibilidades múltiplas. Neste sentido, utilizamos o aplicativo como caixa para o ambiente de organização do portfólio. 

Os portfólios, que segundo ALVARENGA (2006) representam o conjunto de atividades de um profissional em determinado período, são utilizados frequentemente no ambiente educacional, com predominância no ensino infantil como forma de organização do trabalho do aluno no período do ano letivo. No entanto, as funções deste gênero tomam diversas formas didáticas, e uma delas está relacionada com os momentos de troca e autoavaliação do educador. 

Portanto, nossa intenção de utilização do ambiente digital via aplicativo foi de observação do portfólio coletivo construído de maneira livre pelos coordenadores participantes do curso e pelos professores-formadores. A ampliação deste sentido está nas possibilidade de autoavaliação dos participantes e na construção de caminhos dinâmicos para trocas e possibilidades de construções múltiplas. 

Posto isso, apresentamos o resultado (cópias das publicações) selecionadas do ambiente grupo "Estudos" com os seguintes critérios: identificação de compartilhamentos e ampliação de estudo com relação ao curso; publicações de ações com os alunos nas unidades escolares; publicações dos momentos de formação continuada com os professores nas escolas.

O documento está apresentado exatamente como foi entregue ao comitê de avaliação do seminário e apenas complementa o resumo do estudo que será aplicado nos anais do evento, para que os participantes possam acessar este portfólio digital de maneira mais tangível. 

ANEXO I
SEQUÊNCIAS DE ANÁLISES DE PUBLICAÇÕES NO GRUPO DE WHATSAPP “Estudos” dos Coordenadores Pedagógicos da Rede Municipal de Ensino de Peruíbe.

Sequência 1 – Identificação de compartilhamentos e ampliação de estudo com relação ao curso




FONTE: Grupo "Estudos"

Neste recorte, notamos situações de trocas em relação aos conteúdos estudados no curso, como a ampliação da temática e possibilidades com aplicativos classificados como educacionais, após avaliação do grupo, e das formas de utilização dos aplicativos na escola, como as projeções e aparelhos que podem realizar este processo.

Houve ampliação da pesquisa em relação aos momentos de avaliação de outros especialistas, preços e possibilidades de aquisição. Também ampliaram o sentido de estudo com a troca de informações sobre outros cursos e da publicação do momento de estudo dos pequenos grupos.

Julgamos importante destacar que os chamados "pequenos grupos" foram formados seguindo os estudos de AEBLI (1971) na indicação de momentos de estudo coletivo com proposta de discussão e reflexão, e que ainda apesar da indicação de grupos com três participantes como ideal cedemos de acordo com a organização de proximidade entre os pares, com relação aos deslocamentos e horários de encontro fora dos momentos presenciais do curso.

Sequência 2 – Publicações de ações com os alunos nas unidades escolares







FONTE: Grupo "Estudos"


Em relação ao rol de publicações sobre aplicações com os alunos, que envolviam a rotina e projetos realizados notamos situações importantes, no sentido didático e da função de acompanhamento e suporte aos encaminhamentos pedagógicos, funções dos coordenadores previstas no edital de concurso público e na pesquisa de DOMINGUES (2014). 

Quanto aos encaminhamentos didáticos destacamos: as paredes da escola como espaço de publicação dos alunos; a promoção do corpo técnico como os adjuntos (ADIs) nas atividades didáticas pertinentes aos cursos; a utilização do texto imagético e das técnicas artísticas para a composição dos alunos e o resgate dos momentos de sondagem para os caminhos significativos dos assuntos nas sequências didáticas. 

Neste sentido, houve caminho para a construção de portfólio coletivo com possibilidades de reflexão e para caminhos de significado da publicação, ou seja, notamos no diário de campo dos professores-formadores percepções de função didática na possibilidade de divulgação de práticas. Criou-se um ambiente onde o público reagia ao portfólio, sem a intenção de mensurar quantidades, mas de apontar reações qualitativas. 

Sequência 3 – Publicações dos momentos de formação continuada com os professores nas escolas














FONTE: Grupo "Estudos"

Precisamos destacar que o estudo sobre as possibilidades do gênero "mapas conceituais" partiu do curso realizado com os coordenadores, e abordamos a teoria por meio de artigos científicos, tais como AGUIAR; CORREIA (2013) que tratam da função do estudo por meio do gênero e os tipos de mapas para diversas intenções didáticas.

Após o estudo da teoria, praticamos a confecção dos mapas referentes aos nossos estudos no curso com o software "MINDOMO (ferramenta de edição de mapas conceituais online), e por este motivo eles relatam que fizeram adaptações, obviamente que tudo envolveu tecnologia e conhecimento técnico,e neste sentido vemos a aplicação no curso do Pacto Nacional para a Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) como muito produtiva. 

Alguns pontos são de extrema valia para nosso objeto, pois além de utilizarem o WhatsApp como espaço para portfólio, geraram interesse no estudo que propuseram aos professores e neste momento como professores-formadores, e para além dos relatos de encaminhamentos bem sucedidos podemos relatar a satisfação que tivemos com estes momentos de publicação. Claro que enxergamos o recorte e o compromisso em aceitar a variação iminente de resultados em outras aplicações, pois uma das premissas que certamente interferirão nesta prática será o acolhimento, a empatia e a geração de ambientes propícios aos contextos de troca.

Considerações 

Houve utilização do aplicativo no sentido de construção de portfólio digital, no entanto sua adesão não foi unanime, pois metade dos participantes não publicou experiências. Todavia, notamos riqueza nas funções didáticas observadas e nos relatos de alguns participantes, todos colhidos do ambiente estudado. 

O grupo "Estudos" permanece ativo atualmente e ainda recebe publicações, mas no sentido de ideias e assuntos gerais. Pertinente informarmos que não há mediação das publicações que são livres e de teor escolhido pelo autor. Neste sentido, os relatos mais pertinentes ao recorte ocorreram enquanto o curso era vigente, sem comprometer a importância do canal relatado como fonte de troca. 

Ampliando a função deste estudo, e compondo reflexões para a pesquisa originária destacamos a função dos "multiletramentos" aponta por ROJO (2012) no sentido de colaboração, socialização e a hibridização de modos, mídias e culturas. Neste sentido, para os coordenadores pedagógicos e para os professores-formadores as possibilidades de vivenciar e aplicar trazem desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, além da significação do uso do recurso. 

Por fim, certos de que há inúmeras possibilidades de leituras e ampliação de significado, sobretudo em um recorte de pesquisa qualitativa, destacamos com base no diário de campo a importante reflexão do tempo de aplicação, apropriação e utilização de um artefato, uma vez que, provavelmente está em transformação para a intenção, no sentido de finalidade de uso, e em contextos de fusão entre tecnologia, artefato e conhecimento.

Referências

AEBLI, H. Didática psicológica: aplicação à didática da psicologia de Jean Piaget. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1971.

AGUIAR, Joana Guilares de; CORREIA, Paulo Rogério Miranda. Como fazer bons mapas conceituais? Estabelecendo parâmetros de referências e propondo atividades de treinamento. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. Vol. 13, n. 2, 2013.

ALVARENGA, G.M. et al. Portfolio: conceitos básicos e indicações para utilização. Universidade Estadual de Londrina\Paraná-Brasil. Estudos em Avaliação Educacional, v. 17, n. 33, pp. 137-145. jan./abr. 2006. 

BESSA, Dante Diniz. Teorias da comunicação. Brasília. Universidade de Brasília, 2006.

DOMINGUES, Isaneide. O coordenador pedagógico e a formação continuada do docente na escola. 1ª Edição. Editora Cortez. São Paulo, 2014.

ROJO, Roxane. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e linguagens na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo (Organizadores). Multiletramentos na escola. São Paulo. Parábola Editorial, 2012.

Nota: O código "QR Code" disponível abaixo, servirá como forma de socialização e será compartilhado com os pesquisadores presentes no relato de prática. Também, como forma de ampliação e realização de caminho inverso levaremos a sequência de publicações no aplicativo impressas e organizadas como varal, de comum utilização nas escolas.